Os Correios lançaram, no último dia 28 de setembro, o bloco composto de dois selos, que ilustra a chamada desta postagem, para marcar os 150 anos da Lei do Ventre Livre. Promulgada em 1871, esta Lei, que teve o número 2.040, declarava livres os filhos de mulheres escravizadas nascidos a partir daquela data.

(Carimbo Comemorativo)

Devido às controvérsias, especialmente nas análises contemporâneas sobre a Lei do Ventre Livre, o artista Diego Mouro hesitou em aceitar o convite feito pelos Correios e pelo Museu Afro Brasil para fazer a arte dos selos comemorativos. Segundo o artista publicou em postagem no Instagram:

“De início neguei veementemente criar um trabalho que celebrasse uma lei, que em sua aplicação, não garantia liberdade alguma aos corpos pretos”

O artista mudou de ideia durante as negociações intermediadas pelo museu, em que pode criar uma peça que expressasse suas ideias e sentimentos sobre esse momento histórico.
Segundo ainda o artista:

“Depois de alguma insistência, com intermediação do Museu Afro Brasil, e muitas reuniões, o Correios aceitou a minha proposta, e numa decisão inédita, decidimos criar um selo que não celebrasse, mas criticasse essa celebração, e que, com sinceridade, nos perguntássemos: ‘Corpos negros nascidos, são livres, ainda hoje?’”.

O resultado é uma pintura a óleo em que duas crianças negras aparecem pulando e brincando com um gramado ao fundo. Ao lado, roupas estiradas no varal. Porém, entre os tecidos se insinuam sombras que lembram que a liberdade das pessoas negras está em constante ameaça no Brasil.
A tiragem da edição é de 10 mil blocos, com valor de R$ 5,90.
Vejamos, na sequência, o edital desta emissão:

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