Hoje é dia de festa para os chineses, começa o Ano do Coelho, em outras palavras, descortina-se o ano novo chinês. Como já dissemos, aqui no Blog, diferentemente de países como o Brasil, em que a virada ocorre sempre em 1.º de janeiro, na China a data é definida de acordo com o calendário lunar. A celebração, naquela cultura, ocorre na primeira lua nova, no período que varia entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro.
Trata-se, devemos frisar, de um evento anual importante, uma das maiores festas da China, comemorado largamente, inclusive, na seara filatélica.
Este ano não foi diferente e muitas emissões postais foram produzidas, porém, a emissão do China Post foi adjetivada, pelo público local, como “horrível, ruim e feia”, enquanto as emitidas por Hong Kong e Macau, foram amplamente aplaudidas.
Nos dias que antecederam esta data festiva, uma guerra de palavras online eclodiu. Como tema central destes embates temos os méritos estéticos relativos aos selos emitidos para o Ano do Coelho, em 2023, pela China continental e nas duas Regiões Administrativas Especiais do país.

Uma postagem publicada no Weibo, um serviço de microblogging chinês, fez uma comparação mostrando as imagens das três emissões, o que atraiu centenas de comentários e referências, por parte dos internautas.
A criação de Hong Kong, que foi descrita como “decente e fofa”, vem em quatro cores diferentes, sendo sua imagem principal um coelho branco com uma estampa floral em seu corpo no centro da vinhete.
O de Macau, por sua vez, descrito, pelos internautas, como “elegante e bonito”, é no estilo de uma pintura tradicional a tinta da China e retrata quatro coelhos, o do meio mostrando sua pelagem bicolor (cinza e branca).
A percepção é bem diferente para o coelho azul da China continental, que foi descrito por postagens como “horrível”, “mau”, “muito estranho” e “assustador” devido a seus dentes proeminentes e olhos semicirculares vermelhos delineados com bigodes pretos e rígidos.
A visão esmagadora dos navegadores online foi resumida por alguém que disse sobre as criações filatélicas de Hong Kong e Macau:

“Estes selos são todos mais bonitos do que os do Continente.”

Lemos, também, na referida rede social, noutra postagem que:

“Este coelho azul foi projetado para ser horrível, como um demônio possuído”.

Enquanto outro navegador sentenciou:

“Não é nada fofo. É até um pouco assustador.”

Porém, na visão da autoridade postal emitente o coelho azul, estampado no selo, denota “sabedoria” e bons votos para o novo ano, compondo série, com outro selo.

(Huang Yongyu)

Ambos foram projetados pelo famoso pintor e designer chinês, Huang Yongyu. Nascido em 1924, Huang foi professor e chefe do departamento de gravura da Academia Central de Belas Artes.
Huang é uma figura de destaque entre os pintores chineses. Suas pinturas são sempre cobiçadas. Ele também é considerado o pioneiro dos ano novo chinês.
Em 2017, um selo do Ano do Macaco de 1980 criado por Huang foi vendido em leilão por um preço recorde de 2,01 milhões de yuans (quase US$ 300.000).
De acordo com relatos da mídia continental, este selo do Ano do Coelho será o último do artista de 99 anos.

Em 05 de janeiro, por ocasião do lançamento desta novidade filatélica, Huang apareceu em uma transmissão ao vivo e disse:

“Desenhar um selo de coelho é uma coisa feliz. Todos podem desenhar coelhos, então é só desenhar para deixar as pessoas felizes e parabenizá-los pelo Ano Novo Lunar.”

(Colecionadores fazem fila nos correios para comprar os selos especiais referente ao Ano do Coelho de 2023)

Apesar da polêmica, o selo se tornou um sucesso instantâneo assim que foi colocado à venda, esgotando-se online e, em alguns casos, alcançando três vezes seu valor de face.
O selo de Hong Kong foi desenhado pelo designer de renome internacional, Kan Tai-keung, que também criou os logotipos oficiais da cidade de Chongqing e da Universidade Batista de Hong Kong.

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