A noite de 26 de novembro de 2010 foi particularmente marcante para os moradores de Brembate di Sopra, na Itália. Um crime brutal foi cometido e meses depois, os detalhes da sinistra trama tornaram tudo ainda pior pela ligação existente entre o assassino e a vítima.
Yara Gambirasio, a menina assassinada, era bastante conhecida na região. Líder de torcida, com muitos amigos na escola e notas altas. Tinha apenas 13 anos quando foi morta e o corpo dela foi localizado apenas três meses depois.
A situação dos restos mortais da falecida era deplorável, havia sido esfaqueado várias vezes e uma longa investigação começou. Pela abundância de material de DNA na cena do crime, a polícia local iniciou milhares de testes, algo em torno de 15 mil, para localizar possíveis ligações com o assassino.
Apesar do pouco progresso, os policiais descobriram que ela foi morta não apenas por facadas, ela provavelmente foi mais esfaqueada depois, mas por golpes fortes na cabeça (provavelmente por uma pedra), feridas muito profundas, além de estupros.
Um funcionário marroquino foi preso pela proximidade de material de DNA no local, mas foi liberado. A suspeita era que um serial killer agia na região, já que dois corpos em situação similar foram encontrados nos seis meses anteriores.
Quando não conseguiu ligar mais DNA com suspeitos, a polícia passou para os arquivos e a coisa se complicou. Em suas análises de DNA, a polícia concluiu que as amostras do material genético local combinavam com a de Giuseppe Guerinoni, um trabalhador falecido 11 anos antes do crime.

A prova foi obtida por meio de uma amostra de saliva extraída de um selo postal (tal e qual no caso do menino francês Gregory Villemin) que ele havia lambido quando postou uma carta nos Correios, consoante podemos inclusive ler em artigo científico da lavra de Tiago Aparecido Silva e Paulo César Frangiosa, publicado na Revista Científica UMC (Mogi das Cruzes, v.3, n.2, agosto 2018).
Logo depois veio a informação que Giuseppe era mulherengo e começaram a aparecer filhos ilegítimos dele, uma vez que seus três filhos no casamento foram descartados como suspeitos.
Até que a polícia chegou em Ester Arzuffi, uma mulher que deu a luz a gêmeos e teve um caso com Giuseppe. Mais uns dias de investigação as autoridades chegaram a Massimo Giuseppe Bossetti, que inclusive manteve o nome do pai ilegítimo.
Testes de DNA mostraram que ele era o assassino das três jovens mortas na região, incluindo Yara. Mas, em outra reviravolta do caso, foi descoberto que Yara também era filha ilegítima dele, em um caso ocorrido mais de uma década antes.
A acusação veio em junho de 2014 e testemunhas disseram que Massimo, mesmo um assassino frio, ficou arrasado. Ele disse que “não tinha como saber” e escolheu Yara como uma vítima aleatória. O advogado afirmou que “haviam problemas com o recolhimento de provas”. Mas a Justiça acolheu as provas e ele restou condenado à prisão perpétua.

Esta trama bizarra acabou sendo adaptada no cinema, na produção intitula Yara, que pode ser vista na plataforma Netflix e cujo trailer pode ser visto na sequência.

(Postagem atualizada em: 08/III/2023)

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