“Quanto mais se nega algo com veemência mais se afirma predisposição para tal.” (Freud)
Conhecido como o pai da psicanálise, Sigmund Freud foi responsável por uma verdadeira revolução no estudo da mente humana.
Nascido em 06 de maio de 1856 em Freiberg, na Morávia, hoje República Checa, Freud foi o primogênito do casal Jacob Freud e de Amalie Nathanson.
Aos 17, ele ingressou na Universidade de Viena, no curso de Medicina. Notadamente reconhecido por ser um aluno brilhante, durante os anos de faculdade, trabalhou intensamente no laboratório de neurofisiologia, até colar grau no ano de 1881.
Em 1882, conheceu Martha Bemays e em 1886, quando Freud já possuía seu consultório particular, casou-se.
Em sua estada de seis meses em Paris, trabalhou com o neurologista francês Jean-Martin Charcot, observando o tratamento da histeria com o uso da hipnose, despertando então seu interesse pelo estudo dos distúrbios mentais.

Freud tornou-se especialista em doenças nervosas e criou uma nova teoria, a qual estabelecia que pessoas que ficavam com a mente enferma eram aquelas que não colocavam seus sentimentos para fora.

Segundo Freud, esse tipo de pessoa tinha a capacidade de fechar de tal maneira os sentimentos dentro de sua mente, que, após algum tempo, esquecia-se da própria existência.

Ao longo dos anos de estudo, fundamentou suas teorias psicanalíticas da mente e lançou, em 1895, em parceria com o médico Joseph Breuer, seu mais importante colaborador, a obra “Estudos sobre Histeria”.
Insatisfeito com a hipnose, Freud desenvolveu o que é uma das bases da técnica psicanalítica na atualidade: a livre associação, em que o paciente é convidado a falar o que lhe vem à mente para revelar memórias reprimidas causadoras de neuroses.
Para estudar melhor seus pacientes, iniciou um processo de autoanálise e trabalhou com a interpretação de seus próprios sonhos. Em 1896, utilizou pela primeira vez o termo psicanálise.
Ao afirmar a influência do inconsciente sobre as ações humanas e a ligação dos impulsos sexuais com as neuroses (tal tese parece-nos explicar muito de nossa atual conjuntura político-social), ele ganhou a oposição dos meios científicos.

Mesmo com dificuldades para ser reconhecido pelo meio acadêmico, Freud reuniu um grupo de pesquisadores que deu origem, em 1908, à Sociedade Psicanalítica de Viena.
Seus mais fiéis seguidores foram Karl Abraham, Sandor Ferenczi e Ernest Jones. Por outro lado, Alfred Adler e Carl Jung acabaram como dissidentes.
Entre muitas obras, Freud escreveu livros importantes como a ‘Psicologia da Vida Cotidiana’, ‘Totem e Tabu’, ‘A interpretação dos sonhos’, ‘O Ego e o Id’ e muitos outros. Somente em 1909 teve o primeiro sinal de aceitação da Psicanálise no meio acadêmico, quando foi convidado a dar conferências nos Estados Unidos. Após a I Guerra Mundial, ele empregou suas teorias para interpretar a cultura, a mitologia, a religião, a arte, e a história.
A doutrina freudiana aos poucos foi sendo implantada em vários países, como Grã-Bretanha, Hungria, Alemanha, e nos Estados Unidos. Na Suíça, produziu-se um acontecimento maior na história do movimento psicanalítico.
Eugen Bleuler, um famoso médico de Zurique, começou a aplicar o método psicanalítico ao tratamento das psicoses, promovendo, ao mesmo tempo, a noção de esquizofrenia. Com esse passo, uma nova “terra prometida” se abria à doutrina freudiana, já que, a partir do saber psiquiátrico, começou-se a buscar uma solução para o enigma da loucura humana.

Em 1923, o psiquiatra ficou doente e com dificuldades para falar, devido a uma cirurgia para retirar um tumor no palato. Em 1938, quando os nazistas tomaram Viena, Freud, de origem judia, se viu obrigado a refugiar-se em Londres. Um ano depois, em 23 de setembro de 1939, faleceu em Londres.