João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861 na cidade catarinense de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis (SC).
Filho de escravos alforriados, desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu matemática e ciências naturais. Em 1881, dirigiu o jornal “Tribuna Popular”, onde já transpareciam suas idéias abolicionistas.

Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro, o que lhe causou profunda insatisfação e lhe acentuou os ideais de abolicionismo. Foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal “Folha Popular”, onde entrou em contanto com as tendências simbolistas e escreveu suas obras mais expressivas. Casado com Gavita Gonçalves no ano de 1893, foi pai de quatro filhos, mas a tragédia não estava apenas reservada no preconceito racial que sofria: teve os quatro filhos mortos por tuberculose e a mulher enlouquecida.
Profundamente magoado e tuberculoso, foi para a cidade de Sítio (Minas Gerais) em busca de um clima mais saudável, lá falecendo em 19 de março de 1898.
Sua obra só seria realmente reconhecida algum tempo depois, consagrando-o como um dos maiores poetas do Simbolismo.