A arqueóloga Maria Reiche Neumann, conhecida como Maria Reiche, nasceu em Dresden, Alemanha, no dia 15 de maio de 1903. Filha de Max Felix Reiche Grosse e Ana Elizabeth Newmann. Graduou-se em matemática, geografia e línguas estrangeiras. Insatisfeita com o clima da Alemanha de Hitler procurou uma maneira de deixar seu país. Ao ver no jornal um anúncio pedindo uma babá para trabalhar para os filhos do Cônsul alemão em Cusco, no Peru. Logo se candidatou e foi contratada.

Em 1922 viajou para o Peru e ficou fascinada pela paisagem andina. Em 1934, após terminar o contrato com o Cônsul, permaneceu em Cusco trabalhando como tradutora. Nesse mesmo ano, cortou o dedo em um cacto e teve que amputá-lo após uma infecção. Em 1937 mudou-se para Lima e começou a trabalhar como professora de alemão. Em 1938 foi contratada para trabalhar no Museu Nacional como assistente e tradutora do Dr. Júlio C. Tello, ajudando-o na conservação das múmias que ele havia descoberto. Nessa época, ao ouvir um cientista falar sobre as linhas de Nazca, interessou-se e logo quis sobrevoar a região.

(Carimbo Comemorativo)

Em 1939 foi contratada como professora de alemão pela inglesa Amy Meredith, que era proprietária de uma casa de chá, frequentada por intelectuais e personalidades da sociedade de Lima. Nessa época, conheceu o antropólogo norte-americano Paul Kosok, que investigava as linhas de Nazca desde 1930. Maria Reiche passou a trabalhar com o pesquisador que a contratou como assistente e tradutora.
Em 1949, Kosok retornou para seu país e Maria Reiche seguiu com as investigações. Durante 40 anos a pesquisadora viveu em uma pequena casa próxima ao deserto só para proteger e decifrar as linhas misteriosas. Começou a explorar o local varrendo e removendo as pedras que cobriam as marcas do chão, o que levou anos até deixar tudo visível. Fez medições e interpretações dos desenhos.

As linhas de Nazca são enormes desenhos geométricos de animais, plantas e humanoides desenhados no solo em meio ao deserto de Nazca, no sul do Peru, descobertas em 1927, quando um piloto sobrevoava a região. São mais de 13 mil traços que formam 800 figuras, que se estendem por mais de 65 quilômetros. Várias teorias surgiram para a origem das linhas. Segundo Maria Reiche, as linhas teriam ligação com a astrologia, em que algumas figuras correspondem a constelações visíveis durante épocas específicas do ano, por exemplo, o desenho do macaco seria uma representação da Ursa Maior, e o golfinho e a aranha teriam relação com Orion.

(Envelope de Primeiro Dia)

Estimava-se que 22 figuras já tenham sido apagadas por carros que atravessavam a região sem saber das linhas, que se tornam quase imperceptíveis no solo. Maria Reiche convenceu o governo peruano a tornar a região uma área protegida. Em 1970 o Instituto Nacional da Cultura declarou o deserto de Nazca uma área de proteção ambiental. Em 1993 ela obteve a cidadania peruana. Recebeu diversos prêmios, publicou trabalhos sobre suas pesquisas e era chamada de “A Dama do Deserto”. Cega e sofrendo do mal de Parkinson, deixou uma filha adotiva para continuar seu importante trabalho.
Maria Reiche faleceu em Nazca, no Peru, no dia 8 de junho de 1998.

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