Desde 1896, a segregação racial nos Estados Unidos estava amparada numa injusta e reprovável decisão da Suprema Corte Americana que admitia escolas, hospitais, banheiros e bebedouros “separados porém iguais” para brancos e negros.
Em 17 de maio de 1954, contudo, a mesma Corte desamparou os racistas do sul do país ao decidir, no processo “Brown contra o Conselho de Educação de Topeka” (Case of Brown vs. Board of Education of Topeka), que a segregação nas escolas públicas feria a constituição americana.

O primeiro passo para essa vitória foi dado em 1952, quando a National Association for the Advancement of Colored People (NAACP – Associação Nacional pelo Avanço das Pessoas de Cor) requereu a Suprema Corte revisão de cinco casos, o primeiro dos quais apresentado pela família da menina negra Linda Brown, que pleiteava o direito de matricular a filha numa escola pública para brancos perto de sua casa, na cidade de Topeka, localizada no Kansas.
Sensibilizado pelos argumentos do brilhante advogado da NAACP, Thurgood Marshall, …
… o então presidente da Suprema Corte, Earl Warren, escreveu em seu veredicto que “instalações educacionais separadas são inerentemente desiguais”.
Em seguida, determinou-se que a “dessegregação” deveria ser implementada já em 1955. A decisão era um marco, mas não seria imediatamente acatada por todos. “É um mero pedaço de papel”, declarou a seu turno o então governador da Geórgia, Herman Talmadge.
A decisão da Suprema Corte em favor de Linda Brown deu início a um processo que mexeria com a vida de aproximadamente 11 milhões de estudantes dos estados sulistas: 8,5 milhões de brancos e 2,5 milhões de negros. Mas a vitória judicial ainda levaria muito tempo e geraria confrontos até ser implantada de fato.