Correos de España emitiu no dia 09 de janeiro último, mais um selo de sua série filatélica dedicada a escritoras, homenageando agora Ana María Ibars Ibars (1892-1965). Na imagem da emissão, que ilustra esta postagem, podemos ver ao lado de um retrato da escritora, três de suas obras mais conhecidas. A novidade tem valor facial de 3 euros e tiragem de 72.000 exemplares.
Quanto a escritora homenageada a mesma nasceu em Valência, onde seus pais, Juan e Josefa, originários de Benissa, trabalhavam para um importante exportador de frutas. De volta a Dénia, onde o empresário tinha seus negócios, Ana María cresceu próxima aos armazéns de passas que reuniam um grande número de trabalhadores, principalmente mulheres, com seus conflitos humanos e laborais. Suas vivências, a cidade, o campo e a paisagem de Dénia, incluindo o Montgó e o mar, marcaram profundamente sua obra literária, tanto em verso quanto em prosa. Esses textos foram escritos em Penyamar, sua casa em les Rotes, à beira-mar e “à sombra do Montgó”, como descreve a autora.
De origem humilde, sua vocação pelo estudo permitiu que ela se formasse em Magistério, em Valência, obtendo uma vaga como professora em la Font de la Figuera, onde conheceu seu marido, Vicente Payá, e teve seus filhos: Raquel e Vicente-Darío. O ano de 1934 marcou uma mudança em sua vida, quando se mudou com os filhos para Valência para trabalhar. Lá, integrou-se nos círculos valencianistas de Lo Rat Penat, orientada por Carles Salvador, antigo colega de estudos. Obteve o título de professora de valenciano e publicou poemas e textos na imprensa em sua língua natal.
A Guerra Civil e o difícil período pós-guerra interromperam muitas iniciativas. De caráter firme e solitário, Ana María publicou sua obra com grandes dificuldades. Em 1949, lançou “Poemes de Penyamar” e, em 1951, alguns poemas de “Ram a l’amiga”, em parte inédito. Sua obra narrativa demorou ainda mais para ser publicada. Em castelhano, publicou “Como una garra” (1961) e “Graciamar” (1963); em valenciano, sendo pioneira no gênero, suas obras mais destacadas foram “Vides planes” (1962) e “L’últim serf” (1965). Também escreveu peças teatrais, como “Contalles” (1961-1966), e colaborou no semanário “La Marina” (1960-1965). Após um breve silêncio literário, faleceu em Valência, no dia 9 de janeiro de 1965.