A Casa Branca determinou, em 17 de outubro do ano passado, que se inicie o processo de retirada dos EUA da União Postal Universal (UPU), organização intergovernamental que agrupa os serviços postais de, atualmente, cerca de 192 países e regiões autônomas. Segunda organização internacional mais antiga do mundo, a UPU se tornou uma agência especializada da ONU, em 1948. A mesma tem como missão precípua estabelecer a coordenação entre os serviços postais dos diferentes países membros, a nível internacional, sem interferir contudo, nas políticas próprias dentro dos estados.
O governo americano argumentou, para justificar a medida, que as normas da organização, criada em 1874 e com sede em Berna, na Suíça, dão ampla vantagem a países como China e Singapura, ao permitir que os mesmos enviem pacotes para os EUA a um preço muito barato, o que prejudica significativamente as receitas do Serviço Postal dos EUA, assim como, colocam as pequenas empresas e fabricantes americanos em grave desvantagem competitiva.
A administração americano afirma que tentou renegociar estas tarifas postais, conhecidas como dívidas terminais, na cúpula da UPU ocorrida em Addis Abeba, Etiópia, no ano passado, mas sem sucesso, pois a iniciativa restou rejeitada.

Como ato formal, a notificação oficial do governo americano, acerca da decisão, foi feita no dia seguinte (18) pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, informando que a saída:

“entrará em vigor um ano após a União Postal Universal (UPU) receber esta notificação”.

O Departamento de Estado americano acrescentou que buscará “negociar acordos bilaterais e multilaterais” que resolvam os problemas relacionados à reforma dos termos do acordo do tratado postal. Disse ainda:

“Se as negociações forem bem sucedidas, a administração está preparada para rescindir a notificação de retirada e permanecer na UPU”

O órgão postal internacional, por outro lado, manifestou, ato contínuo, seu “desapontamento” no que concerne a decisão dos Estados Unidos.
Em comunicado, Pascal Clivaz, vice diretor-geral da União Postal Universal, sublinhou a “tremenda e positiva contribuição” feita pelos Estados Unidos ao longo dos anos, observando:

“É, portanto, lamentável que os Estados Unidos tomaram esta medida. Nós, no entanto, respeitamos a decisão porque acreditamos ter sido feita após cuidadosa consideração e reflexão”.

No comunicado, Clivaz disse ainda que o diretor-geral da UPU, Bishar A. Hussein, irá buscar se reunir com autoridades norte-americanas para discutir a questão. Ele manifestou esperança de que:

“através de discussões e de um diálogo construtivo, poderemos ajudar a resolver essa questão para satisfação de todos”.

Mais adiante acrescentou:

“A decisão dos Estados Unidos de deixar os tratados da UPU é séria, mas acredito que, com apoio de outros membros, podemos resolver a questão amigavelmente. Iremos, portanto, continuar buscando um diálogo construtivo e tentar resolver a situação, enquanto também mantendo a Constituição da UPU”.

Ele frisou que a UPU permanece comprometida com seus fins institucionais de apoiar a colaboração internacional no setor postal. Assim arrematou:

“Isso significa garantir que, ao trabalhar com todos os 192 países-membros, os tratados da UPU sirvam da melhor maneira para todos, incluindo os EUA”.

Vejamos no que evolui estas tratativas e se a saída americana pode ou não ser, realmente, revertida!

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