Henriette Theodora Markovitch, mais conhecida pelo pseudônimo Dora Maar, foi uma fotógrafa, poeta e pintora francesa, nascida em Tours, em 22 de novembro de 1907.
Seu pai, Joseph Markovitch, era croata e sua mãe, Julie Voisin, francesa.
Dora passou a juventude em Buenos Aires. De volta a capital francesa, estudou pintura na Académie Julian e frequentou a Escola de Fotografia. Adotou o pseudônimo que a imortalizou no final dos anos 1920, quando se estabeleceu como fotógrafa. Politicamente comprometida com a esquerda, ela denunciou a miséria social em fotos marcantes, tiradas nos bairros pobres de Londres, Paris e Barcelona.
Foi a quarta das sete mulheres de Pablo Picasso, cuja relação durou aproximadamente nove anos.
Foi retratada pelo pintor catalão na obra ‘Dora Maar au Chat’ (óleo sobre tela 130 cm × 97 cm), em 1941.
Está desenhada, também, no quadro ‘Mulher a Pentear o Cabelo’ (130.1 x 97.1 cm), datado de 1940.
Associada ao fotógrafo e decorador de cinema Pierre Kéfer, ela abriu seu estúdio. Trabalhando para publicidade e moda, produzindo retratos e nus. A partir de 1933, ela se aproximou dos surrealistas. Seu aterrorizante Retrato de Ubu, uma fotografia de um feto de tatu merece desta. Em suas fotomontagens de grande perfeição formal Dora extrai da realidade sua perturbadora estranheza. Pintora, ela emerge das mãos de Picasso e depois da guerra cria naturezas-mortas, depois paisagens que a levarão aos confins da abstração. Em 1935, Jean Renoir a contratou como fotógrafa de seu filme ‘O Crime de Monsieur Lange’.
Nos anos 1970-80, seus negativos riscados e seus ‘desenhos de luz’ conciliam pintura e fotografia no mesmo trabalho.
Dora Maar faleceu na miséria, em Paris, no dia 16 de julho de 1997, rodeada de telas que terminantemente se recusou vender.
Preservado com cerca de 1.000 fotografias da artista no Centro Pompidou, o trabalho que ilustra a vinheta da presente emissão postal, com valor facial de 2,56 €, lançada no dia 28 de maio último foi, sem dúvida, produzido para uma revista de beleza. Ao glamour imposto pela encomenda junta-se a ousadia do fundo, entrecruzado por um jogo de sombras. A iluminação contrastante do manequim lembra a proximidade de Dora Maar com o mundo do cinema.
