Para marcar os 100 anos da imigração polonesa na França, La Poste, autoridade postal do país, emitiu, no dia 1.º de setembro passado, o selo, que ilustra nossa postagem de hoje. Com o valor de 1,80 euros o mesmo foi projetado por Nançy Peña.
Cabe considerar que no final do século XVIII, conforme explicado por La Poste no edital da emissão, o país eslavo perdeu sua independência e a reconquistou apenas em 1919. Enquanto isso, o território passou por várias diásporas. A primeira em direção à França foi de natureza política: começou após o fracasso da insurreição de 1830-1831 e continuou até 1870, através das sucessivas revoltas contra os ocupantes russos e da repressão que se seguiu. Durante essa fase, cerca de 30 mil pessoas chegaram. Vindas das camadas mais abastadas da sociedade, elas lançaram as bases de uma presença cultural duradoura, fortalecida no final do século XIX com a chegada de artistas, intelectuais e cientistas. Maria Salomea Skłodowska, por exemplo, que ficaria conhecida como Marie Curie, se estabeleceu, em Paris, em 1891.
No início do século XX, começou a fuga econômica. Havia uma demanda por mão de obra, especialmente na indústria mineradora. Em 1909, uma primeira onda de especialistas poloneses veio trabalhar no Norte e no Pas-de-Calais. Foi durante o período entre as duas guerras mundiais que a presença polonesa se tornou realmente massiva. Paradoxalmente, 1923 viu o retorno definitivo da paz na Polônia, mas também foi o ano em que o maior número de cidadãos se estabeleceu na França: mais de 154 mil dos 500 mil que atravessaram as fronteiras francesas nos anos 20. Embora essa imigração tenha diminuído após a crise dos anos 30, os laços bilaterais permaneceram fortes. Centenas de milhares se estabeleceram na França, onde contribuíram para disseminar sua cultura.
Antes de concluir esta postagem, é importante consignar, que em 1973, nos cinquentenário, outra emissão francesa foi dedicada ao mesmo tema, sendo produzido por Pierre Béquet com base em um projeto de Raymond Juskowiak.
