François Fournier (24 de abril de 1846 – 12 de julho de 1917) foi um famoso falsificador de selos que se via como um criador de verdadeiros “objetos de arte”.
Fournier nasceu em Croix-de-Rozon, Suiça, mas tornou-se um cidadão Francês, inclusive servindo ao exército durante a guerra Franco-Prussiana em 1870/71.
Por volta de 1903 voltou à Suiça e estabeleceu-se em Geneva, onde em maio de 1904 comprou o stock de Louis-Henri Mercier, cujo nome verdadeiro era Henri Goegg. É por esta época que Fournier começa o seu negócio produzindo seus selos fac-similes, o que não era vedado por lei.
Aí é que nos parece residir sua peculiaridade, pois diferentemente de outros falsários comuns, ele nunca teve a intenção de enganar os colecionadores (vendendo suas obras como se fossem verdadeiras), mas sim de oferecer cópias de selos famosos e caros que não poderiam ser adquiridas por todos.
O negócio de Fournier cresceu rapidamente entre 1910 e 1913, tanto que Fournier produziu uma revista mensal com a sua lista de preços, Le Fac-Simile. Tinha agentes em 23 países e em 1913 já tinha cerca de 10000 clientes aprovados e 10000 assinantes da sua revista. Foram publicados 24 números da revista entre 1910 e 1914.

A sua última lista de preços é de 1914 com 3671 selos diferentes e 796 séries para venda, embora nem todos fossem sua autoria. Na imagem abaixo está parte da lista com oferta de selos de primeira escolha, existe na mesma revista uma segunda lista com selos de segunda escolha e uma terceira lista para selos sobrecarregados.
O lançamento de Le Fac-Simile em 1910 foi uma forma de obter publicidade para o seu negócio, com 25,000 cópias de cada número. A revista tinha a informação em seis línguas: Francês, Inglês, Alemão, Italiano, Espanhol e Português. Um dos serviços que Fournier divulgava era a sua clínica filatélica para reparação de selos defeituosos. Na revista existe uma seção dedicada ao correio dos leitores e compradores com muitos elogios ao serviço e também à reparação de selos defeituosos.
Após a sua morte em 1917, um de seus empregados continuou o negocio até 1922, ano em que se viu obrigado a fechá-lo, em parte pela pressão imposta pelos comerciantes filatélicos.
Em 1928 a Comissão Filatélica de Génova (l’Union Philatélique de Genève), na pessoa de seu presidente Emile Friedrich, adquiriu todo o espólio de Fournier com o objetivo de evitar mais falsificações.
Fournier, fez um trabalho grandioso (considerando a época), no que concerne sua extensão, vez que tinha falsificado selos de todo o mundo. A dita comissão comprou todo o material, desde máquinas impressoras, equipamento de corte e perfuração, carimbos e até provas.

E para que a memória destas falsificações perdurasse, mandou fazer 480 livros com os textos e fotografias de todo o equipamento comprado e com uma última impressão de quase todas as falsificações feitas. Todo o espólio foi sobrecarregado com uma sobrecarga pequena “FAUX” preta, existe outra sobrecarga maior de cor vermelha aposta no verso em selos soltos. Hoje este material encontra-se exposto no museu da História e Arte de Genebra.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui