Giulio Bolaffi, nascido em Torino, em 07 de março de 1902 foi membro do grupo de resistência ao fascismo e destacado filatelista italiano.

Nascido na capital do Piemonte, filho de Alberto e Vittoria Foa, Giulio começou a ajudar o pai, em seu negócio filatélico, enquanto cursava os estudos clássicos no liceu “Massimo d’Azeglio” em Torino e se formava em Direito, concluindo a graduação aos vinte e dois anos. Em 1933, casou-se com Palmina Seghesio, com quem teve dois filhos, Stella (em 1934) e Alberto (em 1936).
Devido aos eventos que atingiram cidadãos italianos e estrangeiros de religião judaica com a promulgação das chamadas leis raciais, seus irmãos Roberto e Dante emigraram; Giulio, no entanto, permaneceu na Itália, tornando-se, após 08 de setembro, partigiano nas montanhas de Lanzo, com o nome de batalha “Boni”. Posteriormente, o Comitê de Libertação Nacional lhe atribuiu a alta Valle di Susa, e seu nome tornou-se “Aldo Laghi”; à frente da Divisão “Stellina”, lutou no Val di Susa até 26 de junho de 1945.
Após a guerra, retornou para casa, motivado também pelo desejo de proporcionar trabalho aos seus ex-companheiros de Resistência. Bolaffi iniciou uma atividade editorial publicando o primeiro semanário de informações do pós-guerra, “La settimana nel mondo”. A coluna filatélica, publicada regularmente nesse periódico, representou o núcleo do subsequente “Settimana filatelica”, precursora da revista mensal “Il Collezionista” e dos catálogos filatélicos que substituíram as antigas listas de preços de venda da Bolaffi.
Em 1946, Bolaffi reabriu, em Torino, a atividade filatélica com a inauguração de uma loja. Desde então, a empresa continuou a crescer e, cerca de quinze anos depois, inaugurou outra filial em Torino e, posteriormente, em Milão e Roma. Nos anos 60, acompanhando a atividade editorial e colecionística do filho Alberto, que a partir da metade dos anos 50 começou a acompanhá-lo na atividade profissional, Bolaffi idealizou inúmeras edições: o catálogo de arte moderna em 1962, publicações nos setores de antiguidades, lazer, vinhos, viagens, entre as quais “Bolaffi arte” e “Weekend”.

(Giulio Bolaffi)

Na filatelia, desenvolveu critérios modernos de catalogação e avaliação de selos postais, introduzindo parâmetros que consideravam o estado de conservação sob o ponto de vista da qualidade. Além disso, de forma pioneira, percebeu que o selo postal, através de sua “participação” nas grandes realizações da humanidade, era um testemunho dos grandes eventos do seu tempo.
Adquiriu envelopes e selos postais em leilões ao redor do mundo. Entre todos, destaca-se o envelope com o selo de 80 centavos do Governo Provisório de Parma.

(Livro sobre sua trajetória escrita por Alberto Bolaffi e Mario Pisano)

Nos últimos anos de vida, Bolaffi foi gradualmente se afastando da empresa, mas continuou a frequentar os escritórios para estudar suas coleções ou tratar com clientes.

Em 1981, assinou o Roll of Distinguished Philatelists, um reconhecimento filatélico mundial.
Bolaffi faleceu em 28 de outubro de 1987.

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