Cabe inicialmente considerar que o traçado da fronteira entre Itália e Eslovênia, fixado pela entrada em vigor do Tratado de Paris (1947), foi concluído em 26 de outubro de 1954, quando foi repartido o Território Livre de Trieste. Até então, esse território era dividido em duas zonas de ocupação:
✅ a Zona A, por tropas anglo-estadunidenses, e
✅ a Zona B, por tropas iugoslavas.
Quando o memorando de entendimento foi compartilhado, a Itália recuperou a Zona A, enquanto a Iugoslávia ocupou a Zona B e a integrou nas repúblicas socialistas da Eslovênia e da Croácia, estados membros da antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia.
Dentro desta realidade histórica uma cerca separava a cidade italiana de Gorizia da cidade eslovena de Nova Gorica desde 1947 sendo desmantelada, em 2004.
Esta cerca de metal, um dos últimos símbolos da Guerra Fria na Europa, foi derrubada mais de uma década depois da queda do Muro de Berlim.
Na prática, a partir deste fato histórico, aquela fronteira que por tantos anos havia dividido famílias, casas, jardins, ruas e cemitérios deu lugar a novas perspectivas de desenvolvimento e na praça da Transalpina (trg Evrope para os eslovenos) muros e redes caíram, sendo substituídos por um espaço único e compartilhado.
A emissão do Poste Italiane, que hoje resenhamos, marca os vinte anos desta queda. Inserido na série “Sentido Cívico” e “dedicado à convivência entre os povos”, o tributo filatélico está disponível deste 07 de maio com valor facial correspondente a “Bzona1-50g”. Em outras palavras, com este selo é possível enviar uma carta comum de até cinquenta gramas destinada à Europa ou ao Mediterrâneo; que corresponde atualmente em 3,15 euros. A tiragem da emissão foi fixada em 252.020 exemplares autocolantes. O esboço, de Fabio Abbati, reproduz a obra de pavimentação colocada, em 2004, na praça da Transalpina; onde corria (e corre) a fronteira estatal entre os dois países.
