Júlio de Mesquita Filho foi diretor do jornal “O Estado de S. Paulo” de 1927 até seu falecimento, em 1969, e foi sem dúvida um dos mais influentes jornalistas brasileiros de seu tempo.
Por suas posições políticas, foi exilado duas vezes. Na primeira, partiu de navio para Portugal com outros presos do movimento constitucionalista de 1932, e lá morou com sua família de 1932 a 1933. Na segunda, na sequência do golpe do Estado Novo, partiu para a França com um grupo de correligionários, de lá para os Estados Unidos e finalmente para Buenos Aires, onde morou até 1943 e enfrentou todo o processo de desapropriação do jornal de sua família.
O livro, que agora resenhamos, organizado por Ruy Mesquita Filho (neto de Júlio) e publicado pela editora Albatroz, em co-edição com a Terceiro Nome, em 2006, traz as cartas trocadas entre Júlio e Marina, sua esposa, nos períodos em que ela viajava ao Brasil para visitar a família. Nas cartas, Júlio falava muito de política, da conjuntura mundial, das expectativas para o futuro próximo, das questões relacionadas ao Estadão. E Marina falava do dia a dia da família, da falta que Júlio lhe fazia e também do ciúme que sentia de todos os que se aproximavam de Júlio e dos outros exilados.
Em referência escrita pelo Observatório da Imprensa, a esta obra, por ocasião do seu lançamento:
“Mais que cartas, são valiosos documentos históricos sobre a luta de um democrata para conseguir apoio externo e derrubar a ditadura Vargas.”