O livro “Lettere di una vita” (Cartas de uma vida, numa tradução livre) organizado por Olivier Philipponnat, reúne as missivas da escritora Irène Némirovsky, francesa de origem judaica, que faleceu no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em 1942; quando tinha trinta e nove anos de idade.
Segundo escreveu Olivier Philipponnat:

“Ela não pertencia à categoria de escritores que, ao se dedicarem à correspondência, sentem-se observados pela posteridade. Nunca pensou que um dia suas cartas chegariam a outros que não seus destinatários, nem que pudessem ser incluídas em sua produção literária. O mesmo vale, aliás, para seus ‘diários de trabalho’, ainda pouco estudados e muito semelhantes a uma espécie de ‘autocorrespondência’ onde a autora frequentemente se dirige a si mesma. Pode-se dizer que essas cartas, que fazem parte integrante de sua obra, representam, na verdade, seu lado oculto”. (Tradução livre)

Assim é apresentado este livro lançado pela editora Adelphi, que em suas 460 páginas, reúne as missivas de Némirovsky traduzidas por Laura Frausin Guarino.
Necessariamente, cabe observar, que a correspondência contida na obra é lacunar, embora muitas das cartas em que ela figura como remetente tenham sido conservadas por seus destinatários e hoje possam ser consultadas em vários fundos arquivísticos ou em coleções privadas. Sabe-se que muitas cartas, porém, foram perdidos, muito provavelmente destruídas.
De qualquer forma, o material encontrado e presente no volume foi dividido em cinco capítulos que vão de 1913 a 1945, na última parte reunindo as epístolas destinadas a ela por interlocutores que ainda não sabiam de seu terrível desencarne.

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