A operadora postal monegasca homenageia, com um selo com valor facial de € 4,50 emitido em 07 de abril de 2025, uma das figuras mais marcantes do século XX: Joséphine Baker. Esta emissão filatélica, de tiragem limitada a 36 mil exemplares, celebra os 50 anos do falecimento de uma mulher que encantou o mundo com sua arte, coragem e generosidade — e que, no fim da vida, encontrou acolhimento e repouso eterno em Mônaco.
Nascida em 1906 na cidade de Saint Louis, no Missouri (EUA), em meio à miséria e à segregação racial, Freda Josephine Baker transformou-se numa estrela adorada da cena parisiense. Tornou-se ícone do music-hall ao protagonizar, em 1925, a polêmica “Revue Nègre”, espetáculo em que se apresentou vestida apenas com um saiote de bananas, popularizando ritmos como o charleston e desafiando os padrões sociais da época.
Muito além do brilho dos palcos, Joséphine foi uma mulher profundamente engajada. Durante a Segunda Guerra Mundial, atuou como agente da Resistência Francesa, e, nos anos seguintes, destacou-se como militante dos direitos civis afro-americanos. Após o conflito, estabeleceu-se na região do Périgord, na França, onde adquiriu o castelo de Les Milandes. Lá, dedicou-se à criação de seus doze filhos adotivos — crianças de diferentes etnias e nacionalidades, que formavam sua “tribo do arco-íris”.
Na década de 1960, já com dificuldades financeiras, fez um apelo público. Foi então que duas mulheres atenderam ao chamado: Brigitte Bardot e a princesa Grace de Mônaco. Esta última ofereceu-lhe uma residência vitalícia no principado, selando assim uma ligação afetiva duradoura entre Baker e Mônaco. Em 1974, Joséphine voltou aos holofotes ao brilhar na inauguração do Sporting d’Été. No ano seguinte, celebrou seus 50 anos de carreira com um espetáculo no teatro Bobino, em Paris. Infelizmente, faleceu no dia seguinte, vítima de uma hemorragia cerebral. Seu corpo repousa no cemitério de Mônaco, país que a acolheu com dignidade em seus últimos anos.
O selo emitido tem formato vertical (40,85 x 52 mm), impressão em taille-douce em três cores, com ilustração de Cyril De La Patellière e gravação de Claude Jumelet, sendo apresentado em mini folhas de seis unidades.
