Eliseu d’Angelo Visconti nasceu em 30 de julho de 1866, na Vila Santa Caterina, em Giffoni Valle Piana, no sul da Itália. Era filho de Gabriele d’Angelo Visconti e de Christina Visconti.

Aos 7 anos, veio para o Brasil acompanhado pela irmã, Marianella. Aos 17, ingressou no Liceu de Artes e Ofícios, no Rio de Janeiro, e teve aulas com o pintor Vítor Meireles. Por sugestão do imperador, dom Pedro II, ingressou na Academia Imperial de Belas-Artes.
Em 1892, Visconti venceu um concurso de pintura que tinha como prêmio uma bolsa de estudos para frequentar a Escola Nacional de Belas-Artes de Paris. O pintor partiu para a capital francesa em 1893. Lá, aperfeiçoou sua formação artística frequentando também a Academia Julian e a Escola Guérin, onde foi aluno do artista franco-suíço Eugène Grasset. Através de Grasset, Visconti teve contato com a chamada art nouveau, ou “arte nova”, e com as artes decorativas.
Visconti passou sete anos na Europa. Voltou ao Brasil em 1900 e, no ano seguinte, realizou sua primeira exposição individual, no Rio de Janeiro.

Em 1903, levou sua exposição a São Paulo e participou com 16 projetos de um concurso de selos postais organizado pela Casa da Moeda.

Os projetos de Visconti, com forte influência do art nouveau, venceram o concurso e foram publicados com elogios no Brasil e no exterior, inclusive na revista francesa ‘L’Illustration’ de 12 de novembro de 1904. Entre nós, Gonzaga Duque, o mais importante crítico de arte à época, comentaria em artigo publicado na Revista Kosmos (ano IV, n.o 5, maio de 1907):
“A série magistral de postais do Sr. Eliseu Visconti faria a reputação filatélica de qualquer povo. É, em verdade, uma coleção extraordinária, sem competidora na reputada Europa.”

Mas os selos de Visconti jamais acabaram sendo impressos pelos correios, o que lhe causou grande mágoa.
O mesmo viria a dividir seu tempo entre o Brasil e a França durante as duas décadas seguintes, retornando definitivamente ao país em 1920.

Ao longo de seus quase sessenta anos de carreira, Visconti pintou inúmeras telas (uma das quais ilustrou um selo brasileiro). Além da técnica impressionista, aparecem em seu trabalho outros estilos, como o naturalismo, o neorrealismo e também influências renascentistas. Temas de seus quadros incluem paisagens, sua família e vários autorretratos (como o que ilustra a chamada desta postagem).
O artista é considerado um pioneiro no Brasil na área das artes gráficas e da arte aplicada à indústria, atividades que mais tarde viriam a se popularizar sob o nome de design.

O pintor, que também trabalhou como professor, criou selos (como referenciamos), cartazes, peças de cerâmica, tecidos, papéis de parede, vitrais e luminárias. O emblema da Biblioteca Nacional do Brasil é de sua autoria. Uma de suas obras mais grandiosas, que mistura pintura e design, foi a elaboração dos painéis que decoram o interior do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
O artista, que era casado com a francesa Louise Palombe, com quem teve três filhos, faleceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de outubro de 1944.
(Postagem atualizada em: 28/I/2023)