Correio desinfectado ou correio fumigado é o correio que teve alguma forma de desinfecção ou fumigação aplicada a ele por autoridades postais, com a intenção única de efetuar a destruição de germes infecciosos, realizando a assepsia e o saneamento da carta e assim impedindo a propagação de epidemias através de material postal provenientes de áreas de risco.
A prática usual era perfurar o envelope com pequenos buracos, muitas vezes em um padrão de grade, ou cortar um ou mais cantos, a fim de permitir a entrada dos gases de fumigação. Além disso, uma marcação postal especial, por vezes, pode anotar o processo de desinfecção.

O processo não teve necessariamente uma base científica; a prática é anterior à compreensão da causa de propagação das doenças contagiosas, e o fumigante era tão provável que se baseasse no folclore. Por exemplo, na Idade Média, portos do Mediterrâneo, como Veneza, fumegavam capas recebidas ou as cobriam com vinagre.
As pandemias de cólera, que varreram o mundo, no início do século 19 levaram ao tratamento generalizado da correspondência, embora a preocupação tenha diminuído na década de 1840. O correio provenientes dos trópicos, particularmente o Havaí, foi tratado contra a febre amarela. Após a guerra de 1898 em Cuba, o governo militar dos EUA na ocupação instigou várias políticas para reduzir o problema endêmico da febre amarela, incluindo a desinfecção do correio. No século XX, por sua vez, algumas correspondências foram tratadas com calor para evitar a disseminação da varíola.
A maioria dos países instituiu a fumigação de correio em um ponto ou outro, e a investigação dos incidentes específicos é uma área ativa para a história postal. Temos inclusive o “Disinfected Mail Study Circle”, grupo de estudo que edita a publicação “journal Pratique” e que encontra-se presente na internet, podendo ser acessado no seguinte link:

Um exemplo de desinfecção dupla ocorreu em 1900 com a fumigação com dióxido de enxofre do correio do assentamento de leprosos da ilha de Molokai e a correspondência foi ainda mais fumigada com formaldeído, num segundo momento, quando foi recebida em Honolulu. No entanto, nenhum exemplo de infecção de funcionário dos correios foi registrado, embora eles tenham lidado com esse correio não-desinfetado durante anos.

A correspondência irradiada, por sua vez, foi uma forma de desinfecção adotada nos Estados Unidos, Inglaterra e Israel, em resposta aos ataques de antraz, bioterrorismo,em 2001.

Na sequência apresentamos uma interessante animação demonstrando o procedimento de desinfeção de correspondências, na prática: