Imaginem ter nas mãos alguns selos que nos permitem aguçar todos os cinco sentidos humanos e mais notadamente o tato.
Foi dentro desse contexto de sentir que os Correios de Portugal emitiram, no ao de 2009, uma interessante série de selos, composta por cinco exemplares e um bloco contento um sexto selo, seguindo a proposta da União Postal Universal (UPU) para que fosse comemorado o bicentenário do nascimento de Louis Braille (1809-1852), inventor de um sistema de combinações de pontos salientes, aplicável à leitura, à escrita, ao cálculo e à música, para deficientes visuais.
No mesmo instante em que me deparei com os selos, lembrei obrigatoriamente de que o Brasil foi o primeiro país no mundo a emitir um selo postal utilizando esses caracteres em Braille, o que nos colocou ainda mais em evidência no que diz respeito à filatelia mundial.
Os selos portugueses, cuja série é intitulada “Os Selos e os Sentidos”, nos transportam um pouco além e nos fazem perceber o quanto nossos sentidos são importantes para uma vida equilibrada e saudável embora, saibamos que milhões de pessoas no mundo todo sofrem por alguma deficiência.
Estas série permite, aquele que mantém contato com os mesmos, experimentar reais interações físicas, onde o tato sente a tinta impressa em relevo, o olfato recebe o aroma do café, a visão identifica, nas lentes dos óculos, imagens holográficas que se alteram; o gosto identifica o sabor de baunilha na goma do selo e o ouvido é sensível ao ruído da lima quando friccionada à sua superfície rugosa e áspera.
Como se observa, trata-se de uma emissão ímpar que merece o devido destaque, não apenas por se tratar de mais uma emissão temática, mas porque, ao mesmo tempo, nos faz refletir sobre todas as sensações que integram nossas vidas no dia a dia.