Os lançamentos das emissões que integram a série Europa-2022 gravitam em torno do tema “Mitos e Lendas”. A emissão portuguesa contida nesta perspectiva foi lançada no dia 09 de maio último, com os habituais selos e blocos lançados para Portugal Continental,  da mesma sorte, que para as porções insulares de Açores e Madeira.
Assim a emissão de Portugal Continental referencia a “Lenda de Nossa Senhora da Nazaré”. Segundo conta ao nascer do dia 14 de setembro de 1182, D. Fuas Roupinho, alcaide do castelo de Porto de Mós, caçava junto ao litoral, envolto por um denso nevoeiro, perto das suas terras, quando avistou um veado que de imediato começou a perseguir. O veado dirigiu-se para o cimo de uma falésia. D. Fuas, no meio do nevoeiro, isolou-se dos seus companheiros. Quando se deu conta de estar no topo da falésia, à beira do precipício, em perigo de morte, reconheceu o local. Estava mesmo ao lado de uma gruta onde se venerava uma imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus. Rogou então, em voz alta: Senhora, Valei-me!. De imediato, miraculosamente o cavalo estacou, fincando as patas no penedo rochoso suspenso sobre o vazio, o Bico do Milagre, salvando-se assim o cavaleiro e a sua montada da morte certa que adviria de uma queda de mais de cem metros.

O bloco e selo, que versam sobre tal lenda, têm ilustrações de Mainland Portugal, num trabalho de Tiago da Silva.

A emissão do Arquipélago dos Açores, por sua vez, apresenta a “Lenda da Caldeira de Pêro Botelho”. Segundo a mesma há muitos anos, os homens e as mulheres da localidade de Furnas, localizada na Ilha de São Miguel, vinham à Chã das Caldeiras cozer milho, vimes e aproveitar as lamas medicinais. Entre eles estava Pêro Botelho, um homem muito mau, que não mereceia confiança e de quem ninguém gostava. Um dia, ao debruçar-se para recolher argila, Pêro Botelho escorregou e caiu na caldeira. Nunca mais foi visto. O povo, que denominava este local de “boca do inferno”, acreditava que, por ser tão mau, Pêro Botelho não tinha caído, tinha sido o diabo que o tinha vindo buscar. Havia dias que os moradores juravam que ouviam a voz rouca e enfurecida de Pêro Botelho que gritava: “Tirem-me daqui! Tirem-me daqui!”. Tanto acreditavam que o ouviam que, algumas vezes, se puseram à boca da caldeira chamando por ele. A resposta eram golfadas de lama sulfurosa. Mesmo com muito medo, os visitantes continuaram a retirar lama medicinal da caldeira que passou a ser conhecida com o nome do malvado Pêro Botelho.

Trata-se de um trabalho de ilustração realizado por Jorge Macedo.

Por último, a emissão do Arquipélago Madeira retrata a “lenda de Machim”. Esta conta-nos que, entre o final do século XIV e o início do século XV, Roberto Machim, um inglês de classe média, apaixonou-se por Ana D’Arfet, uma linda moça aristocrata. A família dela era orgulhosa e estava contra este romance. Assim sendo forçaram-na a casar com um nobre de classe alta, de quem esta não gostava, e mandaram ao Rei uma fiança para manter Machim preso até o casamento se realizar. Ana casou com o nobre e foi levada para um castelo em Bristol. Machim com a ajuda de alguns amigos, foi até Bristol, mandando um dos companheiros entrar no castelo para dizer a Ana que Roberto continuava a amá-la, assim como tinha um plano para fugirem. Assim no curso da fuga, deixaram Bristol em direção a França. Mas uma forte tempestade arrastou-os para o oceano, afastando-os da França. No 14;º dia eles chegaram à Ilha da Madeira, onde desembarcaram numa linda baía (Machico). Ana estava muito doente, morrendo nos braços do seu amado e sendo enterrada embaixo de uma grande e linda árvore, onde foi colocada uma cruz de madeira de cedro. Machim morreu alguns dias depois, sendo enterrado na mesma sepultura da sua amada. Uma inscrição foi deixada perto, ditada por Machim, contando a triste história e pedindo que se algum futuro colonizador ali chegasse, que construísse uma igreja naquele local, hoje essa edificação é conhecida como a “Capela do Senhor dos Milagres”.

A emissão do Arquipélago da Madeira conta com ilustração de André Caetano.
Este conjunto emitido pelos Correios de Portugal (CTT) tem trabalho de design gráfico de Carla Caraça Ramos, e impressão dos Correios da Bélgica – Bpost Philately & Stamps Printing.

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