Jacques-Louis David, nascido em Paris, em 30 de agosto de 1748, foi um pintor francês, o mais característico representante do neoclassicismo. Controlou durante anos a atividade artística francesa, sendo o pintor oficial da corte francesa e de Napoleão Bonaparte.
Faleceu em Bruxelas, no dia 29 de dezembro de 1825.
Dentre seus trabalhos a pintura “A morte de Marat”, que ilustra a chamada desta postagem, merece destaque por retratar uma epistola.
Primeiramente, contextualizando esta obra artística, cabe considerar que em 13 de julho de 1793, em Paris, o líder jacobino Jean-Paul Marat foi assassinado em sua banheira por Charlotte Corday.

Ele, jornalista, editor e político membro do partido jacobino, o mais radical da Revolução Francesa, responsável por inúmeras execuções na guilhotina. Ela, jovem culta e simpatizante dos girondinos (revolucionários moderados), vinda de Caen, na Normandia.

Marat, cabe salientar tinha uma grave doença de pele que o obrigava a escrever imerso na água, para aliviar dores e coceiras.
Observando a tela, vemos que a vítima tem na mão esquerda a carta que Corday usou para ter acesso ao revolucionário.
Além disto a história que envolve este quadro, as cartas têm participação decisiva.
Na noite que antecedeu ao crime, em seu quarto de hotel, Corday escreveu uma carta aberta ao povo francês para explicar os motivos e a intenção de aniquilar “a besta selvagem engordada no sangue dos franceses”. Ela também fala de suas esperanças para a paz da França depois da morte de Marat. Para garantir que sua carta fosse encontrada e lida, Corday a costurou, juntamente com seu certificado de batismo, no vestido que usaria na visita a Marat.
No dia seguinte, ela acordou cedo e se dirigiu ao apartamento dele. No caminho, comprou uma faca de cozinha. Marat vivia em um apartamento modesto, onde instalara uma prensa para imprimir o jornal L’Ami du Peuple (“O amigo do povo”), que ele mesmo editava. Ali também moravam a mulher e a cunhada dele, além de uma cozinheira. Corday tentou ser recebida, mas obteve sucesso. Ela então mudou de estratégia: retornou ao hotel, escreveu e enviou a Marat uma carta em que prometia delatar um grupo girondino de Caen. Sempre com o certificado de batismo e a carta aos franceses costurados à roupa, Corday voltou à residência de Marat no início da noite.
Desta vez, conseguiu ser admitida e, no momento oportuno, cumpriu o plano de assassiná-lo.
Foi presa imediatamente e guilhotinada dias depois.