Em 1885, o suíço Eugène Grasset (1841-1917), que também foi designer postal, consoante abordamos aqui no blog precedentemente, fez seu primeiro cartaz.
Não demorou muito para que o público da capital francesa caísse de amores pelos anúncios de Grasset, que mesclavam a elegância do Art Nouveau, o colorido da publicidade e uma certa dose de nostalgia.

Nesta postagem trazemos a baila, especificamente, um cartaz, produzido, por ele, em 1892, com uma propaganda das Tintas L. Marquet, tendo em vista sua concepção epistolar.
Na imagem a bela protagonista é uma jovem apoiada sobre uma harpa, cabelos desalinhados ao vento, numa expressão contemplativa. Ela tem nas mãos uma pena de ganso e folhas de papel, pensa, por certo, nas primeiras palavras da carta que está prestes a redigir. O conteúdo da missiva, bem como, a identidade da remetente e do destinatário, são indiscutivelmente um mistério, tal e qual a lua que surge por trás das nuvens, ao fundo. A imagem parece dizer: veja que coisa fantástica é a troca de cartas, escrevê-las é quase místico, principalmente considerando o momento histórico em que o trabalho artístico está contido!

E para algo tão especial, leem-se, abaixo do tinteiro, em letras grandes: “L’encre L. Marquet” (Tinta L. Marquet), e, na base: “La meilleure de toutes les encres” (A melhor de todas as tintas).
ET.: ✅ Não podemos perder de vista que este tipo de material publicitário, na segunda metade do século XIX, alcançou o prestígio de gênero artístico.

(Inteiro Postal: pena de ganso na mão da escritora Rosalind Amelia)

✅ Na idade Média escrevia-se com penas, no geral de ganso, cuja ponta de molhar no tinteiro era fendida. Esta modalidade de escrever durou séculos e, daí que a palavra “pena”, ainda hoje, é usada como sinônimo de caneta.

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