Gabriele Münter foi uma pintora alemã, uma das grandes expoentes do modernismo em seu país (após 1900), bem como, fotógrafa e salvadora das pinturas do movimento Blaue Reiter durante a Segunda Guerra Mundial.
Nascida em Berlim, em 19 de fevereiro de 1877, numa família de boas condições financeiras, o que lhe permitiu receber formação artística. Aos vinte anos, ela se mudou para Düsseldorf, onde inicialmente estudou no ateliê de um pintor local e, mais tarde, na Escola de Pintura para Mulheres (Malschule für Damen), pois naquela época a Academia de Arte (Kunstakademie) admitia apenas homens. Tempos depois, entediada com as aulas antiquadas, dedicadas à cópia de modelos, mudou-se para Munique e se matriculou na Associação de Artistas Mulheres (Künstlerinnen Verein). As lições oferecidas ali não eram muito diferentes, e a insatisfação persistiu.

Ainda buscando uma formação que correspondesse a seus anseios artísticos, Münter ingressou, em 1902, na escola Phalanx de Munique. Nesse ambiente progressista, ela encontrou empatia e inteligência nas aulas de um jovem professor russo, Wassily Kandinsky, com quem, posteriormente, conviveu maritalmente, e que acabou exercendo grande influência na sua produção artística.
Faleceu em Murnau am Staffelsee, no dia 19 de maio de 1962.
Em 1917 Münter pintou o óleo sobre tela, intitulado “Doente” (95 x 140 cm.), que ilustra a chamada desta postagem. No quadro, a mulher de cabelos avermelhados ergue-se um pouco na cama e tem o semblante abatido, tudo indicando que não está simplesmente repousando, mas enfrentando alguma doença. Podemos crer que a enferma é a própria pintora, pois ela usa no pescoço o mesmo colar com pingente alaranjado vivo que aparece em um autorretrato, feito muitos anos antes. No lado direito da tela podemos ver, outra mulher que lê em voz alta a carta que tem em mãos. O vestido negro e sóbrio, o rosto sem os traços e as mãos retratadas de maneira exageradamente alongadas dessa figura introduzem na cena uma nota sinistra – algo atemorizante, impossível não pensar no luto, que emana do papel.