O Escritório Filatélico do Vaticano lançou, no último dia 09 de novembro, os selos, que ilustram nossa postagem de hoje, para comemorar o Natal de 2021. Por trás desta emissão há uma história de resgate, pois os mesmos foram desenhados por um jovem sem-teto.
Nos traços de Gaspar, Baltasar e Melchior, que podemos ver num dos selos, está o perfil de quem vive na rua, dos vulneráveis. A singularidade é que isto foi obra de Adam Piekarski, jovem polonês, também ele uma das tantas pessoas vulneráveis, moradores de rua, que frequentam a Praça de São Pedro. O olhar atento dos voluntários que trabalham nos chuveiros instalados perto da Colunata localizada ao lado de onde se entra na Basílica, descobriu seu talento, o amor pela arte, a paixão com que reproduzia seus companheiros de caminhada em folhas de papel.
Este jovem costumava usar a ducha e enquanto esperava a sua vez, pintava, desenhava ou por vezes levava alguns desenhos feitos onde dormia. Um dia ele levou um exemplar de Salvador Mundi atribuído a Leonardo da Vinci, mostrando suas qualidades, suas habilidades pictóricas. Assim, alertada dos atributos de Adan, a administração postal propôs ao esmoler a realização gráfica das pinturas, que principiou na primavera passada. No começo o artista ficou um pouco assustado, face sua simplicidade e timidez, mas seus companheiros o encorajaram.
Dos três magos, dois são livremente inspirados em duas pessoas que realmente usam as duchas, mas o terceiro, em vez disso, é fruto da imaginação porque, de alguma forma, representa todos os excluídos.
O autor destes selos, segundo consta, foi remunerado da mesma forma que os demais artistas que colaboram como Escritório Filatélico.
ET.: O Selo referente ao Natal de 2018 foi obra de um presidiário, como tratamos aqui no Blog, noutra postagem.