Caesar Abraham Vallejo nasceu em 16 de março de 1892, em Santiago de Chuco, (região andina localizada ao norte do Perú), no seio de uma família de origem espanhola e indígena. Desde pequeno conheceu a miséria, mas teve o afeto familiar, longe do qual se sentia sempre órfão.
Estudou na Universidade de Trujillo, cidade onde descobriu a boêmia, e onde foi influenciado por vários jornalistas, escritores e políticos. Em Trujillo, Vallejo publicou os seus primeiros poemas antes de chegar a Lima, no final de 1917. Nesta cidade lançou o seu primeiro livro: “Los Heraldos Negros” (impresso em 1918 e lançado em 1919), um dos mais representativos exemplos do pós modernismo. Em 1920 visitou a sua cidade natal e acabou por envolver em confusões que o levaram à cadeia, onde permaneceu cerca de três meses. Esta experiência teve uma profunda influência na sua vida e na sua obra, reflectindo se directamente em vários poemas de seu segundo livro, “Trilce” (1922), considerada como uma obra fundamental pela renovação da linguagem poética hispano americana, pois em “Trilce”, Vallejo afastou se dos modelos tradicionais que até então havia seguido, adoptando uma linha mais modernista e realizando um angustiante e desconcertante mergulho nos abismos da condição humana, que nunca antes haviam sido explorados.
No ano seguinte partiu para Paris, onde permaneceu (fazendo algumas viagens à União Soviética, Espanha e outros países europeus) até o fim dos seus dias. Em Paris, viveu numa extrema pobreza e grande sofrimento físico e moral. Participou com amigos (como Huidobro, Gerardo Diego, Juan Larrea e Juan Gris) em actividades de cunho vanguardista, renunciando à sua própria obra “Trilce” e a partir de 1927 optou pelo marxismo.
Escreveu artigos para jornais e revistas, peças teatrais, relatos e ensaios de grande intervenção política, como “Russia em 1931”. Inscreveu se no Partido Comunista de Espanha em 1931 e foi designado para ser correspondente acompanhando os acontecimentos da Guerra Civil. Nesta altura escreveu o seu poema mais interventivo: “España, aparta de mi este cálize”, que apareceu em 1939 impresso por soldados do exército republicano.
Toda a sua obra poética escrita em Paris, e que Vallejo publicou parcamente em diversas revistas, apareceria postumamente nesta cidade com o título: “Poemas humanos” (1939). Nesta produção é visível o seu esforço em superar o vazio e o niilismo de “Trilce” e em incorporar elementos históricos e da realidade concreta (peruana, europeia e universal) com o que pretende manifestar numa apaixonada fé na luta dos homens pela justiça e solidariedade social.
César Vallejo faleceu em 15 de abril de 1938.
