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Luto na filatelia Brasileira: Gilberto Henry William

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Meu amigo, morreu.

por Rubem Porto Jr.

A história de Gilberto se confunde com a da filatelia brasileira organizada. Tendo ingressado no Clube Filatélico do Brasil em 21 de julho de 1942 (são, portanto, 78 anos de filiação!), dedicou ao clube um afeto, um carinho e um amor, que poucos foram capazes de compreender.
Figura permanente nos salões do Clube ‘desde sempre’, Gilberto vivenciou os maiores momentos da filatelia brasileira, conviveu com os grandes colecionadores, com os grandes pensadores, manuseou as grandes peças filatélicas e a cada um deles fazia questão de render homenagens.
Figura ímpar e imutável, na sua magreza, agilidade e disposição, Gilberto atuou quase que de maneira permanente na Diretoria do Clube Filatélico do Brasil, em variadas funções, desde a década de 60 do século XX! Porém, nunca como Presidente do Clube.
Sócio benemérito do Clube, com toda a justiça, foi o leiloeiro mais longevo do Clube e impunha as regras de convivência entre os sócios, mesmo que elas se mostrassem ultrapassadas com o tempo e que, em dias mais modernos, fossem no caminho contrário das necessidades do Clube. Obviamente, isso causou atritos, quase sempre superados com uma boa conversa. Outras vezes, não.
Gilberto atuou como comissário, organizador e jurado em inúmeras exposições filatélicas, sendo a representação máxima da história expositiva nacional neste plano. No plano nacional, estava presente quando da fundação da FEBRAF e a ela dedicou seu empenho nos anos iniciais de maneira formal ou não.
Nos últimos anos, em função da idade e de problemas de saúde, começou a frequentar menos a sede do clube, onde se mostrava presente todos os dias por mais de 50 anos.
Gilberto, foi meu mentor nas coisas do Clube. Com ele aprendi muito. Mas, infelizmente, não fui capaz de convencê-lo de que para sobreviver, aquele Clube por ele vivenciado por mais de 70 anos, precisava mudar, precisar se reciclar, precisava ficar diferente. Essa falta de entendimento dos novos tempos, em nada diminui a sua enorme contribuição ao Clube Filatélico do Brasil. Na verdade, muitos colecionadores o conheciam mais do que ao Clube, ou, no mínimo, confundiam a figura e a entidade.
Gilberto estava em casa, já sem poder visitar sua segunda casa, há algum tempo. Eis que no sábado, dia 3 de outubro de 2020, aos 96 anos, se despediu de nós. Foi se juntar a toda a gama de filatelistas que ao longo de 78 anos filiado ao Clube Filatélico do Brasil, conheceu, orientou, julgou, e se fez amigo.
Meu amigo, Gilbertinho, foi cremado num domingo de outubro desse estranho ano de 2020.
Que siga em paz e que seu legado para a filatelia brasileira seja sempre lembrado.
Gilberto Henry Wiliam. Nascido em 12 de junho de 1924, morto em 3 de outubro de 2020.

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