De forma bem objetiva, o termo ilusão de ótica (optical illusion) se refere a imagens que mostram muito mais do que aquilo que você está vendo de fato — como se fosse uma espécie de mensagem subliminar.

Também há muitas delas que são criadas para enganar os seus olhos (por isso o nome), fazendo com que você acredite estar diante de algo que realmente não existe — algumas são de caráter fisiológico, outras de caráter cognitivo.

O fato é que quando a luz atinge a retina, o cérebro leva cerca de apenas 1 décimo de segundo para traduzir esse sinal em forma de percepção visual.

De acordo com o evolucionista neurobiológico Mark Changizi (do laboratório 2AI Labs), esse atraso neural faz com que o seu cérebro gere imagens do que ele acredita que vai ver em poucos instantes (1 décimo de segundo à frente).

Ou seja, o cérebro é lento e precisa criar certas percepções para driblar esse delay.

(Carimbo Comemorativo)

Por centenas de anos, as pessoas foram fascinadas por estes quebra-cabeças ópticos e, dentro da infinidade de temas disponíveis em selos postais, este também não foge a regra e foi trazido para o universo da filatelia.

Até porque, vários artistas, ao longo dos tempos, dentre eles o mestre da ilusão de ótica holandês Maurits Cornelis Escher, incorporaram em seus projetos certas características impossíveis que, de fato, não podem existir no espaço tridimensional. Isso inclui, por exemplo o ‘cubo impossível’, retratado no selo da Áustria, que vimos acima.

Nos anos 80, Oscar Reutersvärd, o pai da figura impossível, foi homenageado pela autoridade postal da Suécia com o lançamento de uma série composta de três selos com sua arte impossível, naquele que parece ser a primeira referência postal a este tema.

Em 2010, os Correios da Suíça emitiram uma outra série referenciando igualmente a arte ótica, esta projetada por Youri Messen-Jaschin, um artista de origem letã que nasceu na Suíça. Os selos apresentam uma esfera vermelha com um fundo de espirais que se cruzam, um padrão de quadrados coloridos e um arranjo dramático de círculos concêntricos em preto e branco com linhas verticais. Os desenhos são organizados notadamente para dar a ilusão de movimento.
O bloco comemorativo, reproduzido na imagem destacada, foi emitida pela Bélgica em 2014. Olhando da esquerda para a direita, você pode ver:
1. Um palhaço?
2. Quantos lápis?
3. Movendo cubos?
4. Chave e perfil humano?
5. Encontre o número?

Os selos reproduzidos acima e abaixo, por sua vez, imortalizam postalmente os desenhos feitos por Victor Vasarely (1906-1997), um artista húngaro-francês, amplamente aceito como líder do movimento op art (abreviatura de Optical Art).

Na presente postagem são mostrados selos da França (1977 e 1980) e Hungria (1979), que referencia o mesmo.

Richard Anuszkiewic, outro expoente do Optical Art, também tem sua arte retratada na seara filatélica.

Artistas postais, por vezes utilizam-se do efeito movimento e volume, incerto na ilusão de ótica, para dar a ideia de movimento aos selos por ele produzidos.

Por derradeiro, em 2019, o correios da Alemanha lançaram a série “Ilusão ótica” composta por dois selos, elaborados pelo designer postal Thomas Steinacker, intitulados “Linhas Curvas?” e “Mudanças de perspectivas”. O lançamento ocorreu no dia 10 de outubro último.
Antes de concluir, nossa postagem, fica a pergunta: será que este assunto despertou seu interesse pela filatelia? Caso positivo mãos a obra, caso negativo siga em sua busca!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui