A importância da insulina, uma das proteínas indispensáveis para o bom funcionamento do corpo, foi revelada pela urina de um cachorro.

Em 1889, os médicos alemães Joseph von Mering e Oscar Minkowski retiram o pâncreas de um cão para verificar se isso modificava de alguma forma a digestão de gordura.

Por acaso, observaram que o xixi do animal tinha passado a atrair, de forma significativa, mais moscas. Ao examinar a urina, verificaram que ela estava repleta de açúcar.

Seguindo a pista aberta pelo achado, Mering e Minkowski descobriram que o pâncreas produzia uma secreção, chamada insulina, indispensável à absorção do açúcar pelo organismo.

Na sequência, em 1921, Frederick Banting e Charles Best no laboratório do fisiologista J.J.R. MacLeod, durante estudos também com cães …

… tentando demonstrar que a secreção exócrina pancreática poderia destruir o composto químico sintetizado pelas ilhotas de Langerhans, descobriram e isolaram a insulina.

A descoberta da insulina foi o grande marco da história do diabetes melito e a grande conquista para o tratamento e a sobrevida dos pacientes.

Após experimentos realiado com cães, Banting e Best sentiram-se encorajados e iniciaram os experimentos em humanos.

Em 11 de janeiro de 1922, Leonard Thompson de 14 anos em estado crítico, foi o primeiro paciente a receber de modo injetável 15 ml de extrato pancreático, nesta primeira aplicação não houve efeito na redução da glicose e de corpos cetônicos na urina e causou efeitos colaterais.

Diante disso, o biólogo James Colip uniu-se ao grupo de Banting purificando o extrato pancreático, diminuindo os efeitos colaterais. Em seguida, foi aplicado novamente no mesmo paciente tendo respostas positivas e eficazes no tratamento.

(Caderneta)

A descoberta da insulina foi um marco memorável no tratamento do diabetes e rendeu a equipe de estudiosos o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia.

A primeira insulina comercializada foi a Regular. Pelo efeito rápido, necessitava de 3 a 4 aplicações para um bom controle da glicemia, causando muitas queixas de pacientes e familiares.

Com isso, a indústria farmacêutica e estudiosos passaram a estudar uma maneira de prolongar o tempo de ação da insulina. Entre 1930 e 1940, foi sintetizada por Hagedorn a insulina NPH, ao mesmo tempo que Scott e Fisher sintetizaram a insulina PZI (protamine-zinc insulin), prolongando o tempo de ação da insulina e diminuindo a quantidade de aplicações diárias.

(Franquia Mecânica)

Essas insulinas supriram o mercado mundial para tratamento do diabetes. Porém na prática clínica foram observados quadros alérgicos, lipodistrofias (lesões no tecido subcutâneo) e resistência à insulina, deixando claro a necessidade de evolução do medicamento. Da protamina, protamina-zinco, protamina NPH chegamos à produção das insulinas biossintéticas humanas através da tecnologia de DNA recombinante. No final da década de 1990, as insulinas de ação ultra-rápida, lispro e asparte, foram sintetizadas através de inversões de posições de aminoácidos na cadeia molecular da insulina. Essas insulinas diminuíram o tempo de ação e duração do efeito da insulina regular, aproximando-se da ação fisiológica da insulina produzida pelo pâncreas. As indústrias farmacêuticas sempre buscam inovações para a produção de insulina.
Em 2001, foi a vez da descoberta da insulina de ação prolongada, denominada glargina, com a absorção e duração mais lenta quando comparada a insulina NPH, diminuindo os episódios de hipoglicemias. Depois das descobertas das insulinas lispro, asparte e glargina, vieram as insulinas determir e degludeca.

(Flâmula)

Temos sempre melhoria no tratamento do diabetes com objetivo de proporcionar um melhor controle glicêmico ao paciente.

ET.: Publicamos aqui no Blog a coleção do belga Andréa Heirwegh versando sobre a diabetes

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui