No dia 10 de abril de 2018 os correios espanhóis emitiram o selo postal que ilustra a chamada desta postagem. A referida emissão é parte integrante da série “12 meses, 12 sellos, 12 provincias” e foi emitido para homenagear León. Assim, neste selo, deveríamos ver unicamente construções, paisagens e tradições culturais atinentes a província espanhola homenageada. Em consonância com a composição de imagens escolhidas para figurar dentro das iniciais LE aparecem: a “Real Colegiata” da Basílica de San Isidoro, o cozido Maragato, entre outras. Entretanto, num lamentável equívoco, num flagrante erro de projeto, como podemos ver no detalhe reproduzido abaixo, no quesito igrejas foi utilizada pelo desenhista postal, para representar León, a imagem da catedral de Burgos.

(Detalhe da emissão onde verificou-se o erro)

Isto mesmo, estamos diante da troca da construção religiosa, no selo vemos a Catedral de Santa María de Burgos e não uma imagem representativa da Catedral de Santa Maria de León, como se esperava.
O erro entretanto só percebido pela autoridade postal ao final do ato de lançamento da peça filatélica, que ocorreu nas dependências do Consistório de San Marcelo, quando o presidente dos Correios, Javier Cuesta Nuin, foi notificado do erro, pelo prefeito, Antonio Silván e pelo presidente do Conselho provincial, Juan Martínez Majo.
Na sequência, em nome da clareza, vejamos rápidas referências de cada uma das catedrais, ilustradas postalmente, para comparações por parte de você, meu caro leitor:

✅ Catedral de Santa María de Burgos: Sua construção iniciou-se em 1221, sobre um templo românico anterior erguido durante o reinado de Alfonso VI (1065/1109). As obras desta magnífica construção começaram graças ao incentivo do monarca Fernando III e do Bispo Maurício. Seu estilo gótico foi inspirado nas catedrais francesas de Chartres, Amiens, Reims e na de Notre Dame de Paris.

✅ Catedral de Santa Maria de León: Uma das obras mais delicadas da arte gótica europeia, pertencendo à segunda metade do século XIII, coincidindo com o reinado de Alfonso X, “el sábio”. Teve como principal impulsionador o bispo D. Martin Fernández, protegido do rei. Construída sobre os cimentos da anterior catedral românica, os trabalhos de construção duraram pouco tempo, algo surpreendente, ante a magnitude e perfeição alcançados. Sobre seus autores, pouco pode ser dito, ainda que seguramente eram franceses. No entanto, atualmente é aceitado que o mestre Enrique, que também trabalhou na catedral de Burgos, projetou e construiu o templo. Esta obra religiosa segue os modelos das catedrais francesas: na planta, a catedral de Reims e, no alçado, a catedral de Chartres e de Amiens.
Assim, sem qualquer dúvida, estamos diante de mais um gritante erro filatélico!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui